As faces da Deusa
Na mitologia patriarcal a Deusa possui basicamente duas faces: a Virgem e a Prostituta. Mas porque essa dicotomização da mulher, essa divisão em extremos opostos, é algo em comum entre as religiões e culturas patriarcais? As percepções da mulher sempre estão inseridas em uma dessas faces, tão cheias de proibições, de tabus, regras, punições, restrições...
Estudar o Patriarcado consiste no estudo da exploração da natureza pelo ser humano, e consequentemente no estudo do surgimento do desenvolvimento e do conceito de propriedade privada e portanto, do controle da mulher pelo homem.
A mulher é a representação da Natureza, pois seu corpo e seus ciclos exprimem a de maneira crua os ciclos naturais, as fases do desenvolvimento humano da mulher exprimem forte ligação com fluidos corporais, métodos de cuidados corporais, parto, amamentação, aborto, menopausa, nutrição e cultivo da terra.
Essas duas facetas, virgem (mãe, esposa) e prostituta (mulher não domesticada), são materializações psíquicas do autoritarismo vigente do universo masculino, criadas para controlar, julgar e punir mulheres. Ou mulheres aceitam as regras ou lutam contra elas, e assim é há muito tempo em culturas patriarcais, como a brasileira, onde cerca de um milhão de famílias são mantidas por mães "solteiras", mas as regras de conduta permanecem patriarcais.
Em culturas matriarcais e matrifocais, a mulher é percebida de maneira muito mais ampla, e consequentemente as mulheres de tais culturas são reconhecidas como seres com direitos civis, de herança, com direitos sexuais, reprodutivos, fatores estes ainda bastante discutidos de modo resistente, por diversas sociedades modernas.
Para nós, bruxas, exigimos que as mulheres não sejam mais reduzidas a extremos fantasiosos da Patriarcado: a santa e a bruxa, a esposa/mãe e a prostituta, a "mulher para casar" e a "mulher pra transar". Somos todas as faces da deusa ao mesmo tempo: donzelas, mães, anciãs e encantadoras, e nenhuma possui menos valor. Somos intelectuais, joviais, maternais, sábias, amantes, guerreiras, e todas as outras faces da Deusa.
Em religiões monoteístas e patriarcais, a mulher enquanto sagrado, enquanto divindade, foi totalmente excluída ou diminuída: no Catolicismo Maria não está lado a lado com Deus, mas sim é o veículo da encarnação dele no mundo terreno. Já em religiões pagãs da Antiguidade, as deusas ainda eram reconhecidas como tais, mesmo que afetadas pela difamação mitológica do Patriarcado, reduzidas a menos poderosas que deuses supremos como Zeus, Odin, Marduk, entre outros. Porém, em tais crenças pagãs, ainda existiam vestígios de práticas, ritos e percepções de épocas nas quais as deusas eram respeitadas. Tinham elas diversas faces muito poderosas, muitas deusas eram trinas, ou seja, suas manifestações poderiam ser muitas, mas principalmente caracterizadas como donzelas, mães e anciãs, e infiltrada em cada uma dessas três facetas estaria a face da encantadora, a Sombra, aquela cuja cultura teme, nega, reprime, esquece, tenta apagar, ou que possui aspectos que possivelmente desconhece.
Estudar o Patriarcado consiste no estudo da exploração da natureza pelo ser humano, e consequentemente no estudo do surgimento do desenvolvimento e do conceito de propriedade privada e portanto, do controle da mulher pelo homem.
A mulher é a representação da Natureza, pois seu corpo e seus ciclos exprimem a de maneira crua os ciclos naturais, as fases do desenvolvimento humano da mulher exprimem forte ligação com fluidos corporais, métodos de cuidados corporais, parto, amamentação, aborto, menopausa, nutrição e cultivo da terra.
Essas duas facetas, virgem (mãe, esposa) e prostituta (mulher não domesticada), são materializações psíquicas do autoritarismo vigente do universo masculino, criadas para controlar, julgar e punir mulheres. Ou mulheres aceitam as regras ou lutam contra elas, e assim é há muito tempo em culturas patriarcais, como a brasileira, onde cerca de um milhão de famílias são mantidas por mães "solteiras", mas as regras de conduta permanecem patriarcais.
Em culturas matriarcais e matrifocais, a mulher é percebida de maneira muito mais ampla, e consequentemente as mulheres de tais culturas são reconhecidas como seres com direitos civis, de herança, com direitos sexuais, reprodutivos, fatores estes ainda bastante discutidos de modo resistente, por diversas sociedades modernas.
Para nós, bruxas, exigimos que as mulheres não sejam mais reduzidas a extremos fantasiosos da Patriarcado: a santa e a bruxa, a esposa/mãe e a prostituta, a "mulher para casar" e a "mulher pra transar". Somos todas as faces da deusa ao mesmo tempo: donzelas, mães, anciãs e encantadoras, e nenhuma possui menos valor. Somos intelectuais, joviais, maternais, sábias, amantes, guerreiras, e todas as outras faces da Deusa.
Em religiões monoteístas e patriarcais, a mulher enquanto sagrado, enquanto divindade, foi totalmente excluída ou diminuída: no Catolicismo Maria não está lado a lado com Deus, mas sim é o veículo da encarnação dele no mundo terreno. Já em religiões pagãs da Antiguidade, as deusas ainda eram reconhecidas como tais, mesmo que afetadas pela difamação mitológica do Patriarcado, reduzidas a menos poderosas que deuses supremos como Zeus, Odin, Marduk, entre outros. Porém, em tais crenças pagãs, ainda existiam vestígios de práticas, ritos e percepções de épocas nas quais as deusas eram respeitadas. Tinham elas diversas faces muito poderosas, muitas deusas eram trinas, ou seja, suas manifestações poderiam ser muitas, mas principalmente caracterizadas como donzelas, mães e anciãs, e infiltrada em cada uma dessas três facetas estaria a face da encantadora, a Sombra, aquela cuja cultura teme, nega, reprime, esquece, tenta apagar, ou que possui aspectos que possivelmente desconhece.
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